Durante o Ato Sindical Unitário, que acontece no Teatro Cacilda Becker, a partir das 13h, mais de 400 homens e mulheres de diversas categorias que tiveram suas vidas prejudicadas por conta do regime militar receberão um diploma de reconhecimento por sua luta, que terá a assinatura de todas as centrais sindicais.
O evento integra as ações promovidas pelo Coletivo Sindical do Grupo de Trabalho ‘Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical’, da Comissão Nacional da Verdade, que está reunindo testemunhos de violências e perseguições contra sindicalistas e trabalhadores durante a ditadura (1964-1985).
Entre os homenageados Ângelo Arroyo e Maria Lúcia Poço (que foram executados durante o regime), e Aurélio Peres, Eustáquio Vital Nolasco, Marcelo Toledo, Neleu Alves, Joel Batista, Maria Arleide Alves, Ana Martins e João Batista Lemos.
“É importante resgatar a memória da luta da classe trabalhadora, que gerou lideranças como a de Lula. Para nós trabalhadores é fundamental esse resgate. São lições que temos que tirar para que nunca mais aconteça no Brasil e para que essa nova geração da classe trabalhadora tenha conhecimento que tudo que conquistamos até agora foi com muita luta, muito sofrimento”, declarou ao Vermelho João Batista, da direção executiva da CTB.
Sobre a atuação do GT de Trabalhadores da CNV, ele destacou as descobertas de documentos que comprovam a ligação das multinacionais com o regime militar. Para ele, as empresas internacionais deveriam ser mais controladas pelo Estado na defesa dos interesses da nação e do povo. “As multinacionais enviavam para o Dops [Departamento de Ordem Política e Social] as listas com o nome e o endereço dos trabalhadores que eram tidos como inimigos da ditadura. A Volks [Volkswagen], onde trabalhei, enviou essas listas de trabalhadores. Recentemente a Abin [Agência Brasileira de Inteligência] me enviou uma dessas listas em que meu nome aparece em segundo lugar”, exclamou Batista, que ficou impressionado com a relação estreita entre militares e empresas.
“A gente sabia que essa lista negra existia, que circulava entre as empresas, mas agora sabemos que eles enviavam essa mesma lista para a polícia política”, acrescentou o dirigente sindical, que integrou o Comando de Greve dos metalúrgicos em 1979 e 1980, na Volks e na Mercedes Bens.
Também estará presente na cerimônia Rosa Cardoso, membro da Comissão Nacional da Verdade e coordenadora do GT dos Trabalhadores. Durante o ato, serão lembrados os 50 anos de instauração da ditadura civil militar no Brasil.
Integram o GT e a organização do ato a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), CSPConLutas, CSB, Intersindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), e Nova Central,
Serviço:
Ato Sindical Unitário Unidos, Jamais Vencidos”
Data e horário: 1º de fevereiro, às 13h
Local: Teatro Cacilda Becker, Praça Samuel Sabattini, nº 50, próximo ao Paço Municipal, no centro da cidade de São Bernardo do Campo
Fonte – Vermelho