O deputado federal Assis do Couto (PT-PR) recorreu a fatos históricos da ditadura militar para sensibilizar os parlamentares a aprovar o projeto de lei que concebe a criação da Estrada-Parque Caminho do Colono. A proposta prevê a reabertura de uma estrada no Parque Nacional do Iguaçu, encurtando a distância entre o Oeste e Sudoeste do Paraná. A matéria, aprovada na Câmara, tramita no Senado Federal.
Em discurso no plenário, ontem, o petista reivindicou a reabertura da Estrada do Colono, fechada em 2001. Ele contou a história dos cinco remanescentes da Vanguarda Popular Revolucionária e de um argentino que saíram da Argentina para promover ações armadas no Sul do Brasil, mas desapareceram ao ingressar no parque em 1974. Os militantes teriam sido assassinatos numa emboscada da repressão militar.
O parlamentou lembrou que em 1981 saiu o primeiro plano de manejo (feito ainda pelo extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, em pleno regime militar), indicando o fechamento da Estrada do Colono. O caminho viria a ser fechado pela primeira vez em 1986. À época, a medida “serviu para passar uma borracha, esconder de vez os assassinatos”, argumentou.
Ele disse buscar que as famílias dos desaparecidos políticos tenham o direito à dignidade de saber onde estão os seus entes. Na opinião dele, é um dever do Estado brasileiro prestar esse esclarecimento. “Creio que estamos muito próximo de trazer ao Brasil essa importante informação para nós corrigirmos essa parte da história”, completou.
Assis do Couto também comparou a fauna do Parque Nacional do Iguaçu e do Parque Nacional Iguazú (Argentina). Segundo ele, a onça-pintada e o porco-queixada estão praticamente extintos no lado brasileiro, enquanto no lado argentino existem dezenas de exemplares dessas espécies, “apesar da estrada na unidade de conservação do país vizinho”.
O deputado concluiu o discurso ao listar os prejuízos econômicos, ambientais e históricos a partir do fim da estrada. “Conclamo os senadores a apressar a votação do projeto a fim de restabelecer o importante caminho para as populações simples e humildes do Oeste e do Sudoeste, hoje separadas com o fechamento da estrada”, finalizou.
Veja o plano de manejo do Parque Nacional do Iguaçu de 1981.
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Artigo Assis do Couto
Decisão sobre fechamento do Caminho do Colono foi político; não ambiental
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Fonte – H2FOZ – Alexandre Palmar