Em Minas Gerais, prefeitos retiram homenagens à ditadura militar

Em 31 de março, data em que o golpe de 1964 completa 50 anos, prefeituras de Minas Gerais pretendem realizar ações de impacto. O objetivo é excluir homenagens aos políticos desse período, que participaram de torturas e mortes de brasileiros. Com a mesma intenção, deputado estadual pede a mudança dos nomes de ruas de Belo Horizonte e também do “Mineirão”.

Em Minas Gerais, ruas, avenidas e prédios públicos com nomes de ditadores serão nomeados novamente para não homenagear mais este período sombrio da história brasileira.

No salão nobre da Prefeitura de São João del Rei estão pendurados os retratos de todos os presidentes brasileiros. O prefeito, Helvécio Reis, anunciou que em 31 de março irá retirar da parede os quadros dos ex-ditadores do Brasil.

Segundo Sálvio Penna, assessor do prefeito, o ato serve para a história ser repensada. “Tem que aparecer a verdade e o quanto custou ao brasileiro esse período. A ditadura acabou com o Congresso Nacional, perseguiu lideranças e matou seus adversários”, esclarece.

O vereador Marcos da Luz, de Coronel Fabriciano, também quer “rever a história”. Ele formulou um projeto de lei para modificar o nome da principal via da cidade, a avenida Magalhães Pinto, que homenageia um dos articuladores do golpe.

De acordo com o vereador, outros países da América Latina, como o Uruguai, já começaram a retirar homenagens a torturadores e agora é a vez do Brasil. “A lei segue a tendência mundial de recuperar e preservar a memória histórica dos fatos ocorridos durante a repressão militar”, afirmou Marcos da Luz.

 

Belo Horizonte

Órgãos estaduais, situados em Belo Horizonte, também poderão mudar de nome. É o caso do “Mineirão”, que oficialmente se chama Estádio Governador Magalhães Pinto.

No ano passado, o deputado Paulo Lamac (PT) entrou com projeto de lei para que órgãos estaduais retirem homenagens a pessoas que cometeram ou participaram de torturas e violação de direitos humanos, com destaque para o período da ditadura militar. Na última quarta-feira (12), a Comissão de Direitos Humanos da Câmara aprovou a pauta, o que significa que ela será encaminhada para votação em plenário até o final deste semestre.

 

 

Fonte – Brasil de Fato

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