CCBB – RJ realiza série de debates sobre o Golpe de 64

A partir desta quarta (19), personalidades debaterão diferentes temas ligados à ditadura

Zuenir Ventura: escritor abre a série de debates promovida pelo CCBB sobre os 50 anos do Golpe de 64 (Foto: Rafael Campos)

 

A partir desta quarta (19), o Centro Cultural Banco do Brasil/RJ, no Centro da cidade, promove uma série de palestras relacionadas ao Golpe de 64. O evento, que acontece até o dia 31 de março, faz parte da programação que o espaço preparou para relembrar os 50 anos da data, completados este mês. Os encontros abordarão diversos temas relacionados ao período da ditadura militar e contarão com a presença de personalidades como Zuenir Ventura, Ivo Herzog, Cid Benjamin, Jorge Mautner, Jards Macalé, Vladimir Palmeira, entre outros.

Além dos debates, o CCBB também realiza, até o dia 28 de abril, a exposição Resistir é Preciso. Idealizada pelo Instituto Vladimir Herzog, a mostra destaca a luta incessante de intelectuais, artistas, jornalistas, sindicatos, estudantes e diversos setores da sociedade civil pelo restabelecimento da democracia no país, que aconteceu a partir de 1985 com a eleição indireta de Tancredo Neves. O público pode conferir um conjunto de obras de arte e documentos históricos que apresentam a militância dos artistas denunciando abusos e crimes da ditadura e ainda as imagens dos fotojornalistas Luis Humberto e Orlando Brito, que têm uma participação importante nos registros da história do país.

A exposição está aberta de quarta a segunda, das 9h às 21h. Já os encontros acontecem sempre às 18h30 e têm entrada gratuita, com distribuição de senhas uma hora antes do início dos debates. O CCBB fica na Rua Primeiro de Março, 66, Centro. Mais informações pelo telefone (21) 3808-2020.

Confira abaixo a programação completa de debates:

Dia 19, quarta
O caso Vladimir Herzog. Zuenir Ventura e Ivo Herzog, com mediação de Kennedy Alencar (CBN).
Ivo, como filho, e Zuenir como colega de trabalho e amigo, vão revelar um pouco desse Vlado, pai exemplar, por um lado, e jornalista brilhante, por outro e de como seu assassinato nos porões da ditadura o fez um mártir da abertura.

Dia 20, quinta
A Imprensa e a Ditadura. Aluízio Maranhão e Ricardo Balthazar.
Aluízio, do jornal O Globo, e Ricardo, da Folha de São Paulo, examinarão como a grande imprensa se portou antes, durante e depois do golpe militar, até o inicio do governo Figueiredo.

Dia 21, sexta
No centro da engrenagem: tortura na Ditadura. Mariana Joffily e Cid Benjamin.
Neste dia Mariana descreverá como foram montados a Operação Bandeirantes e o DOI-CODI, descrevendo seus métodos de interrogatório e práticas de tortura. Já Cid falará do ponto de vista do torturado, suas dores, angústias e esperanças.
Mariana Joffily autografará seu livro “No centro da engrenagem: os interrogatórios na Operação Bandeirante e no DOI de São Paulo”.
Cid Benjamin autografará seu livro “Gracias a la vida: memórias de um militante”.

Dia 24, segunda
MPB e a Ditadura: Jorge Mautner e Jards Macalé.
Mautner e Macalé conversarão sobre como era compor músicas tendo nos calcanhares a censura. Falarão Tb sobre suas experiências no exílio.

Dia 26, quarta
Futebol e Ditadura: que jogada foi essa? Afonsinho e João Máximo.
Afonsinho, grande meio-campo do Botafogo, nos dirá como era o ambiente nas quatro linhas antes e depois do golpe e João analisará como o regime militar aproveitou o tri campeonato no México para o ufanismo nos nãos de chumbo.

Dia 27, quinta
As universidade e o regime militar. Rodrigo Patto Sá Motta e Maria Celina D?Araújo.
Os professores Rodrigo Patto e Maria Celina debaterão, a partir do livro As universidades e o regime militar, o tema das políticas da ditadura para o ensino superior, que foram construídas com base na combinação entre iniciativas repressivas e projetos modernizadores autoritários.
Neste dia Rodrigo Patto autografará seus livros “As universidades e o regime militar” e “A ditadura que mudou o Brasil: 50 anos do golpe de 1964”.

Dia 28, sexta
Arte e Pop em 1964. Ana Maria Bahiana e Arthur Dapieve.
Ana Maria e Dapieve analisarão o ambiente cultural efervescente dos anos 60 no Brasil e no resto do mundo e o impacto das perseguições aos artistas a partir do golpe, até o endurecimento total do regime com o AI-5.
Neste dia Ana Maria Bahiana autografará seu livro “Almanaque de 1964: fatos, histórias e curiosidades de um ano que mudou tudo”

Dia 29, sábado
O governo Jango e o golpe de 64: Jorge Ferreira e Carlos Chagas.
O professor Jorge e o jornalista Carlos examinarão se o golpe de 64 era inevitável e porque Jango não resistiu. Outro ponto é saber qual a real participação dos Estados Unidos no movimento militar e se João Goulart morreu de morte natural ou foi envenenado.
Neste dia Carlos Chagas autografará seu livro “Ditadura militar e os golpes dentro dos golpes 1964 a 1969”
Neste dia Jorge Ferreira (autor) e a professora Ângela de Castro Gomes ( co-autora) autografarão o livro “1964 o golpe que derrubou um presidente, pois fim ao regime democrático e instituiu a ditadura no Brasil”.

Dia 31, segunda
Por que a esquerda faltou ao combate no dia 31? Vladimir Palmeira e Daniel Aarão Reis.
Na última palestra do ciclo, Vladimir e Daniel examinarão as circunstâncias, questões e controvérsias a respeito da vitória fulminante do golpe e da derrota das esquerdas.
Neste dia Daniel Aarão Reis autografará seus livros “Ditadura e democracia no Brasil: do golpe de 1964 a Constituição de 1988” e “Ditadura que mudou o Brasil: 50 anos do golpe de 1964”.

 

 

Fonte – Veja-Rio

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