Tento, em vão, compreender o desespero de alguns em efetuar um revisionismo histórico do Regime Militar Brasileiro. De outro, eu compreendo perfeitamente, pois lhes convém.
Um dos maiores erros que o cidadão mediano comete ao falar sobre o Regime Militar é dizer que os que hoje estão no poder precisaram passar por muitas “provações”, torturas, etc, para que tenhamos a liberdade atual. Ora, cara pálida, qual liberdade? Um jornalista não pode expor suas opiniões sem que o governo faça pressão sob a emissora até que ele seja “realocado”. Uma âncora não pode comentar sobre fatos evidentes do país, sem que seja censurada descaradamente por políticos. E agora aprovaram o Marco Civil da Internet, institucionalizando a censura na internet e jogando a resolução de casos para o já moroso judiciário, que como está também aparelhado, não deve ser tão moroso dependendo dos interessados.
A liberdade que dispomos hoje é a mesma que os que estão no poder desejavam “impor” na época do contra golpe de 1964, ou seja, nenhuma. Os militares tomaram o poder em 31 de março de 1964 com a missão de erradicar do Brasil o comunismo e impedir determinados grupos de implantarem uma Ditadura Comunista, ou como alguns preferem chamar, Ditadura do Proletariado. Quero saber apenas que proletários são esses que não sabem o que é trabalhar?
Assumo que há pelo menos quatro anos escrevi um artigo criticando a expressão “Ditabranda” utilizada por um articulista na Folha de São Paulo. Se vergonha matasse, eu estaria sob sete palmos de terra. Faço esse mea culpa, com a certeza de quem se livrou do ranço comunista e hoje defende a liberdade.
Leio em alguns veículos que “movimentos cobram justiça e punição de torturadores, em Brasília”, no entanto, não vejo nenhum dos ditos movimentos cobrar pela punição de José Genoíno, na época conhecido como Geraldo pelos demais guerrilheiros comunistas, pela participação na guerrilha do Araguaia, participar do grupo B da Gameleira (o mais perigoso) que matou o primeiro militar naquela guerrilha (o Cabo Odílio Cruz Rosa), cujo líder era Osvaldo Orlando Costa (o Osvaldão) e, principalmente, porque não cobram a punição de José Genoíno, pelo esquartejamento do garoto João Pereira, filho de Antonio Pereira, pelos “camaradas” do “soldado Geraldo”. O garoto tinha apenas 17 anos e Genoíno o “denunciou” aos comparsas por supostamente ser guia de membros das Forças Legais, que combatiam os guerrilheiros comunistas.
Além dos registros sobre o ocorrido, há o depoimento do Coronel Lício Augusto, em sessão solene na Câmara dos Deputados em homenagem aos militares mortos no Araguaia, em 26/06/2005, e o relatório de Ângelo Arroyo, um dos chefes da Guerrilha do Araguaia, onde consta: “A morte desse bate-pau (João Pereira) causou pânico entre os demais da zona”. O relatório do Coronel Lício Augusto está no Centro de Instrução Especializada (segundo o Coronel).
Porque não cobram punição aos guerrilheiros que capturaram o Tenente Alberto Mendes Junior, que foi castrado e obrigado a engolir os próprios órgãos genitais, pelos guerrilheiros comunistas? Será que só a vida de assassinos “revolucionários” tem algum valor? Obviamente que quando a história é contada pelos assassinos, o resultado não pode ser diferente de uma tentativa vergonhosa de revisionismo histórico. Porque não cobram a punição dos guerrilheiros responsáveis pelos crimes cometidos pelo grupo VAR Palmares? Responderei essas questões no próximo artigo desta série. Mas que fique claro! Nenhuma Ditadura é boa, contudo, devemos reconhecer a importância do contra golpe de 1964 para impedir (pelo menos temporariamente) a instalação de uma ditadura comunista no Brasil. Os pontos ruins? Ora, devemos criticar como faríamos com qualquer governo.
Fonte – DIÁRIO DA MANHÃ – (Roberto Lacerda Barricelli, jornalista do Instituto Liberal/RJ)