Duas bombas estouraram no local em 1981 no Dia do Trabalho.
Investigação teria sido manipulada para autoria não ser definida.
Em audiência pública no Arquivo Nacional, no Rio, foi divulgado, nesta terça-feira (29), o relatório preliminar da Comissão Nacional da Verdade (CNV) que conclui que o atentado ocorrido no Riocentro, durante um espetáculo para celebrar o Dia do Trabalho, em 1981, foi “fruto de um minucioso e planejado trabalho de equipe, que contou com a participaçao de militares, em especial agentes ligados ao Exército e ao SNI (Serviço Nacional de Inteligência)”. E que há fortes indícios de conhecimento das autoridades da época.
O relatório também diz que o Inquérito Policial Militar de 1981, para apurar as supostas responsabilidades na explosão das bombas, foi manipulado para que o capitão Wilson Machado e o sargento Rosário fossem apontados como vítimas e a autoria do atentado, como indefinida.
O coordenador da CNV, Pedro Dallari, destaca ainda que os idealizadores do atentado visaram atribuir a autoria a grupos armados de resistência ao regime, o que não se sustentou diante do conjunto de provas e indícios.
“O atentado não foi devastador devido a falhas na execução do plano. Foi constatado que se tratou de uma ação desestabilizadora da ordem social e para impedir a abertura política já em curso nos a os 80 e tentar a sobrevida do regime militar”, disse Dallari.
O atentado ao Riocentro
Em 30 de abril de 1981, véspera do Dia do Trabalho, um show reuniu milhares de pessoas no Riocentro, na Capital do RJ. O evento acabou entrando para a história pelo lado trágico, com a explosão de duas bombas no local.
primeira bomba explodiu dentro de um carro, ferindo o capitão Wilson Luis Chaves Machado e matando o sargento Guilherme Pereira do Rosário. A segunda explodiu na casa de força do Riocentro, sem causar vítimas. Até hoje o atentado não foi totalmente esclarecido.
Fonte – G1