No total, pagamentos representavam um desembolso mensal para a União de R$ 672 mil
A Comissão de Anistia fez a revisão e aprovou na manhã desta sexta-feira a redução do pagamento de 29 indenizações milionárias a anistiados políticos. Desde os anos 90, essas pessoas, ou suas viúvas e filhas, recebiam prestação mensal de até R$ 33 mil. O menor valor pago a esse grupo era de R$ 12,7 mil por mês. Entre eles, 12 são ex-conferentes de carga e descarga de contêineres em portos e três são estivadores. Essas indenizações, com a decisão de hoje, foram reduzidas para valores de mercado, com salários pagos hoje em dia, e caíram para R$ 1,8 mil, no caso dos estivadores, e R$ 1.478,00 para os conferentes de carga. A indenização de um jornalista caiu de R$ 22,7 mil para R$ 3.747,00. Dois aeronautas – pilotos da aviação civil – tiveram suas prestações mensais de R$ 29,4 mil cada um para R$ 3,2 mil.
Ao todo, essas 29 indenizações representavam um desembolso para a União de R$ 672 mil mensais. Agora, esse montante caiu para R$ 72,4 mil. Os anistiados podem recorrer da decisão dos conselheiros na própria comissão. Entre esses anistiados que recebem indenizações altíssimas estão aeronautas, engenheiros, comerciários e jornalista.
O presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, afirmou que o pagamento desses valores é inaceitável e que essa adequação era precisa ser feita e que foi uma decisão corajosa do plenário, proposta por ele mesmo.
– São casos inaceitáveis e de exorbitantes. O que fizemos foi uma adequação desses pagamentos de acordo com os valores médios de mercado – disse Paulo Abrão.
Em um dos casos, do comerciário Antônio Pereira da Silva, mãe e filha recebem, cada uma, R$ 29,1 mil por mês. O valor foi reduzido para R$ 3,1 mil.
Fonte – O Globo