Entre os crimes julgados estão torturas contra dois deputados do país.
Ditadura chilena matou 3 mil e torturou 38 mil, segundo dados oficiais.
No primeiro caso, a justiça chilena confirmou a sentença de três anos de prisão para o ex-general Roberto Schmied, ex-diretor da Central Nacional de Informações (CNI) – a polícia secreta de Pinochet desde 1977- e para outros três ex-agentes por torturas contra o atual deputado Sergio Aguiló, informou em comunicado o Poder Judiciário chileno.
Aguiló, atualmente deputado da Esquerda Cidadã (IC), foi detido e torturado em um quartel da CNI em dezembro de 1981.
Por esse caso, também foram confirmadas as penas de 61 dias de prisão para outros dois ex-agentes da CNI.
A todos os condenados foi concedido o benefício da redução condicional da pena e somente o ex-agente Álvaro Corbalán está preso, condenado à prisão perpétua por outros casos de violação dos direitos humanos.
“A decisão permite acreditar mais nos tribunais e que justiça está sendo feita nos casos de violações dos direitos humanos”, afirmou Aguiló à imprensa local.
No segundo caso, o juiz Miguel Vásquez condenou cinco ex-oficiais da Força Aérea do Chile (Fach) pelo homicídio qualificado de Alfonso Carreño, e pelo sequestro de outras 12 pessoas, todos eles vinculados a partidos de esquerda, segundo outra nota do Poder Judiciário.
Na lista de sequestrados está Guillermo Teillier, atual deputado e presidente do Partido Comunista (PC) que, junto com outras vítimas, foi detido, interrogado e torturado na Academia de Guerra da Força Aérea do Chile em 1974.
Por esse caso, o ex-coronel Edgar Cevallos foi condenado a 27 anos por homicídio qualificado e sequestros qualificados, pelos quais outros quatro ex-oficiais sofreram penas de cinco a dez anos. Mas nenhum deles está preso durante o andamento desse processo. Os condenados podem recorrer à Suprema Corte do país.
A crimes da brutal ditadura de Pinochet deixaram mais de 3.200 pessoas mortas. Acredita-se que 38 mil tenham sido torturadas, segundo dados oficiais.
Fonte – G1