Carta Manifesto para o Ministro da Defesa Celso Amorim

FIRMEZA

Depois da presidente Dilma Rousseff, agora é Celso Amorim que está sendo cobrado por atitudes do general Enzo Peri. A Abap (Associação Brasileira de Anistiados Políticos) enviou carta ao ministro da Defesa pedindo que ele “assuma atitude firme” diante do que seria “ato de insubordinação” do comandante do Exército. Para a entidade, Peri dificulta o acesso a informações sobre o período da ditadura.

 

Fonte – Monica Bergamo – Folha-SP


 

Carta Manifesto para o Ministro da Defesa Celso Amorim


 

ABAP – Associação Brasileira de Anistiados Políticos

Carta Manifesto nº 001/14

 

Brasilia, 12 de setembro de 2014.

A  Sua Excelência o Senhor

CELSO  AMORIM

Ministro de Estado da Defesa

 

 

A Associação Brasileira dos Anistiados Políticos (ABAP), no uso das atribuições que lhe confere a Constituição Federal, vem por meio desta expressar a insatisfação dos Anistiandos e Anistiados Políticos Brasileiros diante da atitude do comandante do Exército, general Enzo Peri, em resposta ao pedido de informação encaminhado pela Comissão Nacional da Verdade, atitude que viola o direito à informação e fere o princípio da transparência resguardados pela Constituição.

Causa-nos profunda estranheza que um general do Exército emita comunicado impondo o silêncio a seus comandados impedindo o acesso dos membros da Comissão Nacional da Verdade às diferentes dependências militares.

Cabe lembrar que a referida Comissão da Verdade é instituição criada e subordinada à Presidência da República, cuja autoridade o Ministério dirigido por Vossa Excelência está também subordinado, assim como os comandantes das três armas.

Reiteramos nosso entendimento de que a Presidência da República é o comando supremo das Forças Armadas da nação, poder consagrado pela Constituição de 1988 e pelo voto democrático dos milhões de eleitores brasileiros, e que o Ministro da Defesa exerce esse poder em nome da Presidência.

Diante disso, e do fato de ter o comandante do Exército repetido sua desobediência também diante de solicitação do Procurador Geral da República, vimos ante Vossa Excelência, cobrar que assuma atitude firme fazendo valer sua autoridade a seus subordinados, antes que atos de insubordinação  como esse se generalizem.

Pedimos coerência com o povo brasileiro e em especial com os homens e mulheres que deram sua liberdade e suas vidas pela redemocratização e pelo império da lei no país, e faça valer a autoridade da Presidência da República que atendendo o apelo da Nação está dando condições para que se estabeleça a verdade histórica.

 

Pelo cumprimento de nossas leis!

Pela verdade e pela justiça!

 

 

Saulo Gomes –  Presidente

Lindovaldo Rodrigues Duque – Diretor

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