Membros da Comissão da Verdade pedem melhor estrutura de trabalho

Membros da Comissão Estadual da Verdade solicitaram ao governador do estado, Rui Costa, a primeira audiência com o objetivo de saber a orientação e a disposição do novo chefe do executivo baiano, em relação aos trabalhos da Comissão. Desde que foi instituída, pelo ex-governador Jaques Wagner, em agosto de 2013, só foi colocado em prática 10 meses depois. Isso se deu devido à falta de estrutura e de profissionais para compor a Comissão da Verdade, que tem a função de investigar as violações dos direitos humanos praticados na época da Ditadura Militar, entre 1964 a 1985. 

Jackson Azevedo, membro da Comissão, explica o motivo da solicitação de uma audiência. “A Comissão da Verdade não foi criada por lei na Bahia, e sim por decreto, e assim não se constituiu numa unidade orçamentária com autonomia de gestão para ordenar despesas. Por isso ficamos dependentes do apoio do governador. Precisamos de estrutura física para trabalhar e contratação de profissionais para auxiliar na pesquisa, já que os membros são voluntários. Como a Comissão foi criada com morte anunciada, com a previsão de término em agosto de 2015, estamos solicitando uma audiência com o governador para saber se há um comprometimento da gestão e se vamos continuar com a Comissão”, explicou.

A Comissão da Verdade é formada por sete membros: Amabília Vilaronga de Pinho Almeida, Antônio Walter Pinheiro, Carlos Navarro Filho, Dulce Tamara Lamego Silva e Aquino, Jackson Chaves de Azêvedo, Joviniano Soares de Carvalho Neto e Vera Christina Leonelli. Foram criadas cinco linhas de trabalho para recompor a memória da Ditadura Militar e investigar os baianos que foram vítimas do sistema e torturados no estado. A primeira linha de trabalho refere-se aos sistemas de justiça e segurança pública na Bahia na época ditatorial. O segundo grupo de trabalho é focado em descobrir os baianos torturados, presos, mortos, desaparecidos e exilados.

O terceiro grupo pesquisa sobre os movimentos sindicais dos trabalhadores e comunidades indígenas. A 4ª linha de trabalho dedica-se ao papel das igrejas no período da ditadura e como a instituição resistiu e sofreu. Já a última linha envolve a educação e cultura no estado da Bahia, integrando investigações envolvendo a imprensa e veículos de comunicação como alvos e pontos de resistência ao regime militar, teatros e Universidades.

 

 

Fonte – Tribuna da Bahia

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