Relatório militar aponta uso de napalm contra a guerrilha no Araguaia

Relatórios elaborados pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) apontam que o Exército brasileiro realizou pelo menos três bombardeios com napalm contra 65 guerrilheiros no Araguaia, no sudeste do Pará, em 1972.

Além disso, de acordo com os relatórios elaborados pelo integrante da comissão Cláudio Fonteles, o uso da força militar foi desproporcional contra os militantes do PCdoB na região. Cerca de 2,4 mil homens foram destacados para combater os guerrilheiros, sendo que 1,9 mil deles realizaram operações contra a guerrilha.

Os relatórios comparam a morte dos guerrilheiros a um exercício militar, “a manobra, como exercício de adestramento da tropa, alcançou plenamente seu objetivo”, diz trecho dos relatos militares registrados na documentação. Para Fonteles, esse material deixa clara a participação ativa do Estado Maior do Exército e do Comando do Planalto nas decisões.

Documentos do Exército apontavam que os guerrilheiros tinham armas obsoletas e estavam praticamente sem condições de combate, o que, para Fonteles, deixa claro que a repressão “adotou postura de implacável eliminação”.

Os textos publicados por Fonteles também elucidam o que aconteceu no atentado do Riocentro, em 1981, onde se realizada um show pelo dia do trabalho. De acordo com o texto publicado pela CNV, o Exército tentou manipular o caso, mas não obteve sucesso, uma vez que o artefato explodiu matando o sargento do Exército Guilherme Ferreira do Rosário.

A detonação seria fruto da imperícia do sargento, que é classificado nos relatórios militares como “técnico em explosivos autodidata, sem curso ou estágio no manuseio de explosivos”.

 

Fonte – Terra

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