O Globo informa que a Justiça do Chile sentenciou nesta terça-feira nove militares reformados a até 15 anos e um dia de prisão pelo homicídio do músico Víctor Jara em 16 de setembro de 1973, nos primeiros dias da ditadura de Augusto Pinochet, e do ex-diretor de prisões Littre Quiroga Carvajal. O juiz Miguel Vázquez proferiu a primeira condenação para o histórico caso de Jara, após vários anos de uma investigação com o objetivo de determinar qual foi a participação de integrantes do Exército no assassinato do artista. Morto por 44 tiros, Jara era simpatizante de Salvador Allende, presidente que havia sido deposto poucos dias antes, e membro do Partido Comunista.
A publicação diz que o popular músico — cantor e também autor de canções como “Te recuerdo Amanda” e “El derecho a vivir en paz” — foi preso em 12 de setembro de 1973, um dia após o golpe militar, com outras 5 mil pessoas, incluindo professores e alunos da Universidade Técnica do Estado. Ele foi levado ao Estádio Nacional, em Santiago, arena esportiva convertida em centro de detenção e tortura.
Os militares sentenciados pelos assassinatos de Jara e Carvajal a 15 anos de prisão são Hugo Sánchez Marmonti, Raúl Jofré González, Edwin Dimter Bianchi, Nelson Haase Mazzei, Ernesto Bethke Wulf, Juan Jara Quintana, Hernán Chacón Soto e Patricio Vásquez Donoso. Todos foram também condenados a mais três anos de prisão por sequestro simples. Havia mais um militar sendo julgado, Rolando Melo Silva, que foi condenado a cinco anos e um dia de prisão por encobrir os homicídios e a mais 61 dias de cárcere por ser cúmplice dos sequestros, completa o jornal.
Fonte – DCM