Imóvel no número 527 da Rua Piauí, em Higienópolis, na região central de São Paulo. O local foi a antiga residência do presidente Rodrigues Alves e também passou a maior parte do tempo ocupada pela Polícia Federal, entre 1965 e 2003, abrigando atividades da Divisão de Ordem Política e Social (Dops). Anos depois, foi a carceragem de um dos líderes da Camorra, Francesco Toscanino, e, também, do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto.
Fechado há 15 anos, imóvel é localizado em Higienópolis e foi comprado por valor 75% superior ao lance inicial
O antigo casarão que foi sede da Divisão de Ordem Política e Social (Dops) em São Paulo foi arrematado nesta quarta-feira, 19, por R$ 26 milhões, valor quase 75% superior ao lance inicial. O imóvel foi uma das cinco propriedades do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) comprados em um leilão realizado na capital paulista, que arrecadou R$ 29,6 milhões.
Ao todo, 26 propriedades estavam disponíveis para arremate. Dentre as cinco vendidas, estava mais um casarão histórico, localizado na Avenida Marquês de Paranaguá, 124, na Consolação, região central da cidade. Ele foi arrematado por R$ 1,97 milhão, valor 38% menor do que o lance inicial, de R$ 3,1 milhões.
O antigo imóvel do Dops foi originalmente residência do ex-presidente brasileiro Rodrigues Alves. Ele fica localizado na Rua Piauí, 527, em Higienópolis, na parte central. Entre 1965 e 2003, foi endereço da Polícia Federal, por onde passaram de contrabandistas e opositores da ditadura militar. Também foi carceragem de um dos líderes da Camorra, Francesco Toscanino, e, também, do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto – acusado de desvios da Justiça Trabalhista.
Fechado há 15 anos, o casarão centenário é de estilo art nouveau. Um laudo técnico da empresa BBC Engenharia, de junho, aponta que o casarão precisa de “reparos simples e importantes”. Ele é tombado desde 2012 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) por ser um “exemplar de moradia abastada do início do século 20”.
Já o imóvel da Rua Marquês de Paranaguá é tombado desde 1995 e está em pior estado de conservação. Laudo técnico, de maio de 2018, aponta que está com a “conservação ruim, necessitando de reformas importantes”. O lance inicial é de R$ 3,1 milhões. Está desocupado desde 2004.