(EFE) - 27/07/2019 15h31
A Corte Suprema do Chile condenou a penas de prisão 24 ex-agentes da ditadura de Augusto Pinochet pelo sequestro qualificado (desaparecimento) de um estudante universitário e membro do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR) em 1974.
Miguel Ángel Acuña Castillo, que tinha 19 anos, foi um dos 119 desaparecidos dentro da chamada “Operação Colombo”, elaborada pela ditadura do país sul-americano para encobrir o desaparecimento de presos políticos, com a colaboração de agentes de Brasil e Argentina.
Nesses países foram publicadas edições únicas de jornais que afirmavam que os desaparecidos tinham morrido em expurgos internos do MIR.
No caso de Acuña Castillo, a II Sala da Corte Suprema condenou a 13 anos de prisão os generais Raúl Iturriaga Neumann e César Manríquez Bravo, e os brigadeiros Pedro Espinoza Bravo e Miguel Krassnoff Martchenko, como autores do crime.
Outros 20 ex-agentes da Direção Nacional de Inteligência (Dina) foram sentenciados a 10 anos de prisão, também como autores. Outros 46 acusados foram absolvidos por não terem tido participação comprovada.
Na investigação, realizada pelo juiz especial Hernán Crisosto, foi possível estabelecer que, em 8 de julho de 1974, Miguel Ángel Acuña Castillo, então militante do MIR, foi detido perto de casa por agentes da Dina e levado a um centro de torturas da rua Londres, no centro de Santiago.
Em 25 de junho de 1975, Miguel foi incluído na lista dos desaparecidos na Operação Colombo.
Na parte civil, a Corte Suprema confirmou uma condenação contra o Estado chileno, que terá que pagar uma indenização de 90 milhões de pesos (US$ 132 mil) à família da vítima.
Durante o período de Augusto Pinochet no poder (1973-1990), 3,2 mil pessoas foram mortas por agentes da ditadura, das quais 1.192 ainda são consideradas como detidos desaparecidos.