Publicado originalmente em 1º.jul.2020 às 23h15
Jornalista Maria Rita Kehl e atriz Maria Bopp participam de debate transmitido no site da Folha e no canal do jornal no YouTube
A psicanalista e escritora Maria Rita Kehl, que integrou a Comissão Nacional da Verdade (CNV), e Maria Bopp, atriz e roteirista, participam nesta quinta-feira (2) da live promovida pela Folha sobre o período da ditadura militar (1964-85).
Os debates acontecem sempre às 11h, com mediação de Fernanda Mena, repórter do jornal.
O tema da live desta quinta é “Por que nós, brasileiros, sabemos tão pouco sobre a ditadura?”. Relembrar o regime militar, sobretudo seu aparato repressivo —que torturou e matou opositores, censurou a imprensa, as artes e a educação, e limitou os direitos políticos e sociais dos brasileiros— é fundamental para garantir que tais violações não se repitam, segundo pesquisadores.
Em 2014, a CNV apontou um total de 434 vítimas da ditadura: foram 191 mortos e 210 desaparecidos (e 33 corpos que foram localizados posteriormente).
Passaram-se três décadas entre a Lei da Anistia de 1979 – que perdoou crimes de militantes de esquerda, mas também protegeu agentes de repressão da ditadura — e a instauração da CNV, que apurou os crimes cometidos por agentes do Estado a fim de construir a memória histórica do período.
Maria Rita Kehl é jornalista, psicanalista e escritora, vencedora do Prêmio Jabuti de Literatura por seu livro “O Tempo e o Cão – A Atualidade das Depressões” (ed. Boitempo). Sua dissertação de mestrado, “O Papel da Rede Globo e das Novelas da Globo em Domesticar o Brasil Durante a Ditadura Militar”, embora defendida na área de psicologia social, é referência no setor de comunicação.
Por seu trabalho com jornalismo e direitos humanos, Kehl foi convidada a integrar a CNV em 2012. Na ocasião da entrega do relatório do colegiado, ela recomendou que a Lei da Anistia fosse revista.
A atriz e roteirista Maria Bopp foi protagonista da série “Me Chame de Bruna”, interpretando a prostituta Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha. Bopp viralizou no início deste ano com vídeos em que interpreta a personagem Blogueirinha do Fim do Mundo, que faz críticas ao governo e a influenciadores.
Na live desta quarta-feira (1º), o jornalista Ricardo Kotscho, colunista do UOL, e o chargista da Folha João Montanaro debateram a censura à imprensa durante a ditadura e discutiram como hoje o governo de Jair Bolsonaro provoca a autocensura nos meios de comunicação e artísticos.
A série de lives faz parte de uma campanha em defesa da democracia lançada pela Folha.
No último fim de semana, foi publicado o projeto especial “O que Foi a Ditadura” a respeito do regime.
VEJA A PROGRAMAÇÃO DAS LIVES
Às 11h, com duração de 50 min; a série será transmitida no site da Folha e no canal do jornal no YouTube
QUI, DIA 2
Por que nós, brasileiros, sabemos tão pouco sobre a ditadura?
Maria Rita Kehl – Psicanalista e escritora, integrou a Comissão Nacional da Verdade
Maria Bopp – Atriz e roteirista, faz vídeos em que interpreta a personagem Blogueirinha do Fim do Mundo
SEX, DIA 3
Estamos próximos de um novo regime autoritário?
Flavia Lima – Ombudsman da Folha
Tabata Amaral – Deputada federal (PDT) e colunista da Folha
FONTE – FOLHA DE S.PAULO