Câmara dos deputados faz exposição sobre revolução constitucionalista de 1932

O mês de julho marca as comemorações da Revolução Constitucionalista de 1932, um dos episódios mais importantes do século XX na República brasileira, quando o Estado de São Paulo entrou em guerra contra as tropas do ex-presidente Getúlio Vargas por divergências em relação ao Estado Novo.

O movimento armado transcorreu entre julho e outubro de 1932 e terminou com a rendição das tropas paulistas. A guerra começou em 09 de julho e foi motivada após a morte de quatro estudantes que protestavam, no dia 23 de maio, contra Vargas. As iniciais dos estudantes (Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo) dão nome ao movimento MMDC.

Para celebrar este acontecimento histórico, a Câmara dos Deputados promove uma exposição com textos, documentos, imagens e utensílios que fazem parte do acervo paulista da revolução. A exposição inclui armas, capacetes e até material publicitário que foi produzido na época para mobilizar a sociedade paulista a colaborar com a arrecadação de donativos.

A mostra organizada pela Câmara remonta ao clima de tensão vivido na época. Narra a criação da campanha do capacete, onda destinada a argariar ouro e recursos para a produção de capacetes de ferro para as tropas nas linhas de frente. A publicidade também foi utilizada para vender um produto muito conhecido atualmente, o Leite Moça, que servia para abastecer soldados no front.

Um dos utensílios mostrados na exposição que merece mais destaque é a “matraca”, uma invenção das tropas paulistas que mostra muita criatividade. Na prática, era uma caixa de madeira com pedais que eram tocados por uma manivela e reproduziam o som de uma metralhadora. A idéia dos criadores da matraca era dar a impressão aos inimigos de que São Paulo possuía artilharia pesada.

A exposição traz também alguns dos ícones paulistas que sobrevivem ao tempo, como fotos das avenidas 09 de jJlho (que marca oficialmente o início do conflito), a 23 de maio (morte dos estudantes), o Monumentos Aos Heróis da Revolução e o Obelisco no Parque do Ibirapuera.

A revolução de 32 foi uma resposta paulista à Revolução de 1930, a qual acabou com a autonomia que os Estados gozavam durante a vigência da Constituição de 1891.

A Revolução de 1930 impediu a posse do ex-presidente (atualmente denomina-se governador) do Estado de São Paulo Júlio Prestes na presidência da República e derrubou do poder o presidente da República Washington Luís colocando fim à República Velha, invalidando a Constituição de 1891 e instaurando o Governo Provisório, chefiado pelo candidato derrotado das eleições de 1930, Getúlio Vargas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *