Os alunos do quarto ano do curso de Jornalismo do Centro Universitário de Araraquara – Uniara, Fernando Henrique Stivaletti Vitor, Heloisa Helena Zanoni, Milton Cerqueira Leite Junior e Paula Cristina Cardoso De Sousa, produziram o vídeo-documentário “Todos estão perdoados”. A obra, que será exibida como Trabalho de Conclusão de Curso – TCC no dia 27 de novembro, às 19h, no auditório 3 da unidade I da instituição (rua Carlos Gomes, 1338, no centro), aborda a vida da religiosa Maurina Borges da Silveira, que durante o regime militar (1964 – 1985) foi presa e torturada, na cidade de Ribeirão Preto.
Leia o livro completo em PDF através do link http://anistiapolitica.org.br/livro_madre_maurina.pdf
Leite Junior acrescenta ainda que Maurina foi acusada de ser membro de um movimento terrorista denominado Forças Armadas de Libertação Nacional – FALN, existente na cidade. “Ela havia deixado a cidade de Araraquara, onde era uma das irmãs do Colégio das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição, para ser diretora do orfanato Lar Santana, em Ribeirão Preto. Durante a ditadura, foi presa e torturada, até ser banida do Brasil, acusada de participar de um movimento que se utilizava das instalações do orfanato para se reunir. A religiosa retorna ao país no início dos anos oitenta, ao provar sua inocência e recuperar sua cidadania. Ela passa por diversas cidades brasileiras até morrer em Araraquara, em 2011. Esses relatos são descritos no vídeo-documentário por amigos, familiares e historiadores”, detalha.
A intenção do grupo, desde o início, era falar sobre a ditadura militar, segundo o estudante. “Porém, faltava um recorte e um pano de fundo para esse tema. Durante uma conversa com o nosso orientador, o professor Fabrício José Mazocco, surgiu a história da Madre Maurina. Começamos a pesquisar sobre ela e nos apaixonamos pelo assunto”, comenta.
Para o desenvolvimento da produção, ele conta que dispunha de poucas informações disponíveis para pesquisas e poucas publicações que falavam sobre a vida da religiosa. “O que nos ajudou foram as entrevistas com pesquisadores e pessoas que conviveram com ela. Durante o trabalho de pesquisa, utilizamos, com muita frequência, jornais impressos e relatórios da Comissão Nacional da Verdade, além das fichas de presos políticos, do DOPS, e o arquivo de nossos entrevistados, que foi fundamental, dada a falta de material disponível”, relembra Leite Junior.
Ele ressalta que se trata de “uma história muito emocionante, de uma religiosa que, mesmo diante da dor da tortura, perdoou todos os seus malfeitores”. “Mesmo com tantas incógnitas ainda a serem exploradas, o vídeo-documentário tentou retratar da forma mais fiel possível o que motivou a prisão da religiosa, os momentos de dor que sofreu, os boatos de que teria sido estuprada e engravidado de um militar, até o seu retorno ao Brasil. Todos os entrevistados tiveram algum envolvimento com Madre Maurina, seja por vínculo familiar, por pesquisa, ou por convívio, o que reforça a tentativa de preencher as lacunas dessa história”, finaliza.
O teaser de “Todos estão perdoados” pode ser visualizado no link https://goo.gl/ZmCAmn.
Fonte – Uniara