O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta quarta-feira (20) que seu partido, o PSDB, precisa repudiar afirmações como as do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que, ao votar a favor do impeachment na Câmara no último domingo (17), homenageou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado de praticar torturas durante a ditadura.
“O PSDB precisa repudiar com clareza essas afirmações, que representam uma ofensa aos cidadãos do país e, muito especialmente, aos que sofreram torturas”, escreveu FHC em sua página no Facebook.
“É inaceitável que tantos anos após a Constituição de 1988 ainda haja alguém com a ousadia de defender a tortura e, pior, elogiar conhecido torturador.”
Na nota publicada na rede social, o tucano também comentou a tramitação no Senado do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). FHC é favorável ao impedimento da petista.
“O processo do impeachment começa agora a tramitar no Senado. Esperamos que os trâmites legais sejam todos cumpridos, sem delongas. E quando chegar o momento da decisão dos senadores, que a votação se processe de forma conveniente, sem declarações estapafúrdicas (sic) como algumas que testemunhamos na Câmara dos Deputados. Especialmente uma me desagradou, aquela proferida pelo deputado Bolsonaro”, afirmou FHC.
No domingo, o parlamentar exaltou Ustra por este ter sido o “pavor de Dilma Rousseff”, que foi presa e torturada na ditadura. Ustra, que morreu em outubro do ano passado, chefiou o DOI-Codi, em São Paulo, entre 1970 e 1974.
Fuzilamento
Bolsonaro já se envolveu em uma polêmica com FHC. Em 1999, quando o tucano presidia o país, o deputado declarou que a ditadura deveria ter fuzilado “uns 30 mil corruptos, a começar pelo presidente Fernando Henrique Cardoso”. Na época, FHC cobrou providências da Câmara contra o deputado, dizendo que ele havia passado dos limites.
Fonte – UOL