Guerrilheiro foi morto numa operação policial no auge da repressão política
O guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969) recebeu anistia post mortem. Em decisão publicada na edição de ontem do Diário Oficial, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reconheceu que Marighella, morto numa operação policial na Alameda Casa Branca, em São Paulo, no auge da repressão política, sofreu perseguição do Estado brasileiro. A família do guerrilheiro não pediu reparação econômica.Em 1996, o Estado brasileiro já havia reconhecido a morte do guerrilheiro, acatando decisão da Justiça. Desde 2008, a viúva de Marighella, a ativista social Clara Charf, recebe pensão de R$ 2,5 mil do governo pela morte do marido.
O processo que resultou na anistia post mortem de Marighella começou em dezembro do ano passado, num encontro da Comissão de Anistia em Salvador, na Bahia, onde o guerrilheiro nasceu e iniciou sua militância política.
Um dos comunistas mais influentes do País no século 20, Marighella foi deputado constituinte em 1946 e fundou, após um racha do PCB, a Ação Libertadora Nacional (ALN), em 1969, movimento de luta armada que atuou nos grandes centros.