Homenagem a Soledad Barrett Viedma durante a VIII Semana de Luta pela Conquista da Anistia

Publicado em 13/09/2019

No dia 28 de agosto último, durante as atividades da VIII Semana de Luta pela Conquista da Anistia uma placa em homenagem a Soledad Barrett Viedma foi colocada, juntamente com a de outros e outras combatentes, na Calçada da História, na Praça Pedro Henrique, em Recife, local onde está também localizado o Monumento Tortura Nunca Mais.

A iniciativa partiu do Movimento de Mulheres “Olga Benário”.

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Fonte – @jose.maria.e.soledad.barrett


SOLEDAD BARRET VIEDMA

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Soledad Barret Viedma foi militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Nascida no Paraguai, Soledad era de uma família culta e politizada. Era neta do renomado escritor hispano-paraguaio Rafael Barrett. Por causa do ativismo político de sua família, que a obrigava ao exílio, viveu na Argentina e no Uruguai. Aos 17 anos, foi sequestrada por um grupo de neonazistas que exigiram que ela dissesse “viva Hitler”. Diante da negativa, marcaram suas coxas com a suástica nazista.

Cansada das perseguições, Soledad decidiu ir a Cuba. Lá, conheceu o brasileiro José Maria Ferreira de Araújo, militante da VPR exilado na ilha. Com ele, que desapareceria em 1970, teve uma filha, Ñasaindy de Araújo Barret. No Brasil, Soledad passou também a integrar a organização.

Em 1973, a militante e mais cinco companheiros da VPR foram assassinados nos arredores do Recife (PE), num episódio conhecido como o Massacre da Chácara São Bento. Segundo a versão oficial, os militantes foram mortos numa troca de tiros na chácara. O jornalista Elio Gaspari, em “A ditadura escancarada”, classifica o episódio como “uma das maiores e mais cruéis chacinas da ditadura”. Segundo a versão do jornalista, os militantes foram capturados em ao menos quatro pontos distintos do Recife, torturados e depois levados até a chácara. Foram encontrados 26 tiros nos corpos dos militantes, sendo 14 deles na região da cabeça, o que evidenciaria mortes por execução.

As forças da repressão, chefiadas por Sérgio Paranhos Fleury, teriam conseguido obter informações sobre a localização dos militantes graças aos serviços de Cabo Anselmo, militar que se infiltrou na VPR e, inclusive, mantinha um relacionamento com Soledad, que estava grávida de um filho dele. Segundo o livro “Luta: substantivo feminino”, o cadáver de Soledad apresentava marcas de algemas nos pulsos e equimoses espalhadas pelo corpo.

Fonte – memoriasdaditadura.org.br