Nelson Jobim: mais do mesmo, em clima de ruptura!

Nelson Jobim é a carta na manga do colete dos donos do Brasil para ocupar o poder, caso desande o pirão institucional. Eis a previsão mais manjada da meteorologia para possíveis tempos de instabilidade política na sempre frágil democradura brazileira. Ex-tudo (deputado constituinte, ministro da Justiça, Ministro do Supremo Tribunal Federal e Ministro da Defesa), Jobim é o favorito do chamado Núcleo (que atua ocultamente nas Forças Armadas, a serviço dos esquemas globalitários e contra nossa soberania). Jobim está pronto para segurar qualquer “onda”, caso um “tsunami” resolva fazer uma pseudo-faxina em nossos três poderes.

Amigos juram que o sonho de Jobim era ser “Presidente da República”. Eleito, seria lindo. Mas veria nada de mal se o poder lhe fosse outorgado, em caso de “emergência”. Jobim é um Genérico de cinco estrelas pronto para tudo. Há muito tempo, é o político de bastidor mais articulado com os três reais poderes: o “financeiro”, o “fardado”, e o “Togado”. Jobim é muito articulado aqui e lá fora, sobretudo com a Chattam House – o Royal Institute of International Affairs do Reino Unido. Agora, em meio a uma crise militar artificialmente gerada pelas ameaças encenadas pelos atores da pseudo “Comissão da Verdade”, Jobim volta a receber apoio público do Núcleo Militar.

Em entrevista ao Estadão, o ex-ministro do Exército do governo José Sarney, o General reformado Leônidas Pires Gonçalves, aos 91 anos de idade, resolveu quebrar o silêncio. Leônidas classificou a Comissão da Verdade como “algo extemporâneo”: “uma moeda falsa, que só tem um lado”. Avisando que “é impossível mexer na Lei da Anistia, que foi fruto de um acordo no passado e que já foi chancelada pelo Supremo”, Leônidas também mandou um recado nada velado à Chefona-em-comando Dilma Rousseff: “Se quiserem fazer pressão no Supremo, o poder moderador tem de entrar em atuação no País”.

Traduzindo: “Poder Moderador” seria a força a quem o Núcleo oculto das Forças Armadas daria sustentação em caso de ruptura institucional ou constitucional. Quem teria “a força”, atualmente, é Nelson Jobim. Curioso é como o General que nos impingiu 20 anos de poder para Sarney, agora sabendo que o vácuo institucional está próximo, tenta exaltar o nome de Jobim como o “Salvador da Pátria”, caso seja necessário um “mandato tampão”.

Leônidas tem muita experiência neste tipo de manobra de bastidor do poder. Afinal, ele foi o promotor do “golpe militar de 1985” – que viabilizou a posse de José Sarney, quando morreu Tancredo Neves, o presidente eleito indiretamente. Do mesmo PMDB de Jobim, Sarney continua tão poderoso que consegue manter o jornal Estado de S. Paulo sob censura, enquanto goza de todas as liberdades como ilustre companheiro do Estado Petista… Coisas dos poderes pouco visíveis…

Aliás, em histórico artigo que denuncia a existência de tal “Núcleo Oculto”, o advogado Antônio Ribas Paiva, presidente do grupo de estudos União Nacionalista Democrática (UND), aqui escreveu em 26 de maio de 2011: “A classe política, desde 1889, vem assenhoreando-se do Brasil, como coisa deles, e o Exército não vem cumprindo o seu exclusivo dever de dizer não. Estranhamente, o Exército Brasileiro, proclamou a República, mas não a implantou, limitando-se a algumas intervenções superficiais na Política, sem contudo, aprimorar as Instituições e garantir a Democracia”.

No texto, Antônio Ribas Paiva indaga: “Será que o Núcleo de Oficiais, que proclamou a República, ainda controla politicamente o Exército Brasileiro, suscitando um falso corporativismo, que procura manter os brasileiros fardados alheios à coisa política? Acima de tudo, o Exército Brasileiro precisa encapsular esse Núcleo de falso corporativismo, que vem impedindo o cumprimento do dever de dizer não”.

Enquanto os militares de bem, na ativa, ficam em silêncio obsequioso e jurando que “sabem de tudo que acontece”, falemos do risco real de um vácuo de poder. Que problemas conjunturais seriam capazes de provocar uma ruptura institucional no Brasil? De cara, o motivo mais contundente: uma crise econômica que inviabilize o esquema de crédito fácil, a juros altos, para o consumismo, gerando uma desgastante e real oposição capaz de apoiar a substituição do atual esquema de governo. Desastres econômicos, com efeitos destrutivos sobre a vida dos reles mortais cidadãos, podem mandar governos para o raio que os parta.

Também pode gerar ruptura um motivo político – ainda pouco comum na história do Brasil: uma grande revolta popular contra os poderes constituídos. Tal bronca poderia ser gerada por um indesejado resultado de impunidade no julgamento do mensalão (que pode ocorrer às vésperas da eleição municipal). Tal hipótese é pouco provável, já que a opinião pública tupiniquim parece já ter se acostumado, sem reagir com vigor, contra escândalos de corrupção que se repetem e se sucedem, alguns casos superando os “denuncismos” anteriores.

Terceiro motivo para uma ruptura – muito comum na história do Brasil – seria um descontentamento capaz de afetar e gerar revolta nas Forças Armadas. Uma sempre alegada motivação para uma “virada de mesa” seria a insinuante e insistente ameaça de revogar a Lei de Anistia de 1979, com objetivos revanchistas de punir os militares (hoje ainda vivos) que participaram dos governos dos Presidentes-Generais, entre 1964 e 1985. É pouco provável, mas ainda há gente que aposte em uma ruptura se a tal Comissão da Verdade investigar apenas os militares, e não os militantes que queriam implantar um regime de ditadura do proletariado (vulgo comunista ou socialista) no Brasil.

A economia vai bem? Não. Guido Mantega parece alarmado e em ritmo de derretimento. Sexta-feira passada, o dólar teria chegado, facilmente, a uns R$ 2,20, se o Banco Central do Brasil não tivesse intervindo. O monstro da inflação já começa a mostrar a pontinha de seu enorme rabão. Nossa política econômica desindustrializante, com riscos futuros de desemprego, pode interromper, bruscamente, a lua de mel da classe emergente com o governo do PT-PMDB. O divórcio econômico, amante de uma política incompetente, corrupta e pseudo-assistencialista, pode servir de motivação psicossocial para uma ruptura.

Um detalhe, no entanto, é fundamental para transformar o vácuo institucional em dança das cadeiras do poder. Golpes só acontecem no Brasil quando existe o interesse da Oligarquia Financeira Transnacional que nos controla e “marioneta” nossos políticos e dirigentes desde que o Brasil é Brazil. Em todos os casos, o tal “Núcleo Oculto” do Exército comanda tais operações. Tal verdade histórica dói. Mas precisa ser dita.

A técnica golpista é sempre a mesma. Governantes só são defenestrados por aqui quando interessa aos controladores do globalitarismo. Lula da Silva não caiu com o escândalo do mensalão porque não interessava ao Poder Real Mundial derrubá-lo. Fernando Collor foi derrubado porque não se mostrou confiável aos controladores. Curiosamente, aqueles que são retirados da Imperial Presidência são substituídos por outros que trabalham para o mesmo “patrão”. Troca-se o seis pelo meia-dúzia. No ilusionismo do golpe, nos é imposto engolir “o mais do mesmo”. Hoje, tal nome é Nelson Jobim.

 

Quem é Ele?

O Genérico não é unanimidade entre as Legiões. Tanto que militares sempre fazem circular na Internet e-mails com textos lembrando que, em julho de 2007, Nelson Jobim foi denunciado como o parlamentar constituinte que adulterou, de forma subreptícia, o texto da Constituição, para beneficiar os credores da dívida externa brasileira (leia-se, os grandes banqueiros que formam a Oligarquia Financeira Transnacional que manda no mundo).

Formaliza o ataque um trabalho de pesquisa do economista Adriano Benayon e do professor de matemática da UnB Pedro Dourado Rezende. Os dois conseguiram determinar qual foi a adulteração introduzida por Nelson Jobim à Constituição. O texto completo está publicado em:http://paginas.terra.com.br/educacao/adrianobenayon/fraudeac.html

Benayon e Rezende denunciaram que, como relator da Revisão Constitucional, determinada pela própria Constituição para cinco anos após a sua promulgação, Jobim adicionou três incisos ao artigo 172 da Carta Magna, para proibir que os recursos destinados ao pagamento de juros aos bancos pudessem ser remanejados no Orçamento, o que fez com que o serviço da dívida fosse multiplicado.

Dos 74 projetos de alteração da Constituição que Jobim apresentou, somente seis foram aprovados. Um deles, o que reduziu o mandato do presidente de 5 para 4 anos e outro o que promoveu a criação do Fundo Social de Emergência, em seguida usado por FHC para “emprestar” dinheiro da área social para os juros dos bancos.

Os críticos de Jobim também lembram que ele, como presidente do STF, Jobim aderiu à campanha do SIM ao desarmamento, alegando que os brasileiros não estavam preparados para o uso de armas de fogo. Os militares foram e são publicamente contra o “Sim”, que acabou derrotado no plebiscito, mas que sempre é alvo de campanhas da turma do “Sou da Paz”.

Ainda no Supremo, Jobim demorou meses protelando uma decisão sobre a aplicação do Código de Defesa do Consumidor aos bancos. O julgamento da ação (proposta em dezembro de 2001) foi iniciado em abril de 2002. Mas ficou suspenso por vários meses. Tudo após um pedido de vista do ex-ministro Nelson Jobim, que acabou votando favoravelmente à ação. O caso só foi julgado mesmo no dia 7 de junho de 2006. No STF, Jobim também foi um defensor da cobrança previdenciária de servidores inativos e pensionistas – fato que qualquer bebê de colo ou até um analfabeto jurídico consideraria “INCONSTIUCIONAL”.

Os militares avaliam que um Genérico com tal perfil histórico não merece “voto de confiança”. Mas a Oligarquia Financeira Transnacional, que apoia Jobim, pensa bem diferente das Legiões brasileiras. E os controladores da City de Londres e adjacências confiam em Jobim e apostam que ele possa ser uma “alternativa” (de manter o poder deles intacto), caso ocorra um vácuo institucional e que forças patrióticas consigam assumir o poder no Brasil.

 

Apelação ao Brizola

Contra Jobim, os militares apelam até para uma das figuras mais odiadas historicamente pelas Legiões: o falecido Leonel de Moura Brizola. Citam um “tijolaço” assinado pelo eterno líder pedetista, então Presidente Nacional do PDT, publicado pelos jornais Folha de S. Paulo, O Globo, Extra, Zero Hora e Correio Braziliense, em 9 de outubro de 2003:

“A insólita revelação do sr. Nelson Jobim de que, na promulgação da constituição de 1988, ele próprio participou de uma fraude para introduzir no texto constitucional artigos que não foram votados pelos constituintes, deixa o hoje ministro do Supremo em posição ética e jurídica delicada, para não dizer insustentável, como integrante da mais alta corte constitucional deste país. Como pode alguém que deliberada e conscientemente violou, no nascedouro, a Carta Magna, ser agora aquele que vai julgar, no Supremo Tribunal Federal, as questões constitucionais?”

“O absurdo é maior ainda que Sua Excelência diz que não apenas um, mas dois artigos foram introduzidos na Constituição sem o voto daqueles que, legitimamente, tinham o poder de fazê-lo. E mais: numa atitude chocante, julga-se no direito de nem mesmo revelar qual foi o segundo enxerto que praticou, dizendo que só o fará em livro que irá lançar! O que pretende o sr. Ministro? Vender mais livros? O país e outros ministros do STF devem esperar o que mais de falso na Constituição?”

“Francamente, em qualquer país sério, um ministro do Supremo envolvido em tal episódio estaria, a esta altura, apresentando sua renúncia e pedindo desculpas ao país e à consciência jurídica. Alguém tem dúvidas de que seria assim nos EUA, na Inglaterra ou na França? Mas aqui o ministro Jobim ainda se julga no direito de pavonear-se, quase que afirmando que é graças à burla da qual participou que a Constituição aperfeiçoou-se!Depois desta revelação chocante, o que pensar dos escrúpulos do ministro Jobim em relação à verdade, ao rigor jurídico? Como pode a consciência nacional aceitar tais procedimentos?”

“Pior, como alguém pode se sentir seguro quando Sua Excelência foi, de forma ativa e exorbitante, o patrocinador da recente abolição dos sistemas de impressão que poderiam impedir as possibilidades de fraude na urna eletrônica? O PDT, depois desta revelação, mais que nunca sente-se no dever de impugnar a intervenção escandalosa do ministro, num processo que culminou com a revogação da única garantia de que nossas eleições não possam vir a ser eletronicamente fraudadas. Por muito menos, pela violação do sigilo do voto dos senadores, que é um nada perto da violação do próprio texto constitucional, vimos o processo de condenação pública que se abateu sobre seus responsáveis, que os levou até a renúncia”.

“A violação cometida pelo sr. Jobim é de natureza muito mais grave, porque alterou o próprio texto da Constituição em vigor, a cujo cumprimento todos se obrigam. Ou a pretensão de Sua Excelência é tanta que se julga acima da ética e da lei, e que ter fraudado a Constituição deve ser algo impune apenas porque o fraudador é ele próprio? Se as instituições políticas e jurídicas deste país aceitarem que isto fique sem conseqüências, então estarão estimuladas as práticas de todo tipo de fraudes, porque nenhuma poderá ser maior que a que se fez contra a Lei das Leis”.

 

Comissão de Mentira

O Alerta Total insiste, a bem da verdade.

A tal Comissão da Verdade (CV) é inútil e só tem propósito revanchista e diversionista.

A intenção em manter alarmadas as forças armadas atende a um objetivo dos verdadeiros inimigos externos do Brasil.

 

Ideologia é ferramenta de otário

Os membros da Oligarquia Financeira Transnacional investem nos agentes conscientes ideológicos para impedir que os guardiões constitucionais da soberania do Brasil tenham condições de cumprir seu papel.

Com militares neutralizados ou transformados em meros funcionários públicos fardados, fica mais fácil manter o Brasil como uma mera colônia de exploração mantida artificialmente na miséria, para proveito dos esquemas globalitários.

 

Para entender o tal “Núcleo”

Releia o artigo: “O Núcleo, o Exército e o Direito de Dizer Não”, de Antônio Ribas Paiva, aqui publicado neste Alerta Total em 26 de maio de 2011:

http://www.alertatotal.net/2011/05/o-nucleo-o-exercito-e-o-dever-de-dizer.html

Os militares conhecem bem tal tese, o texto do Ribas Paiva foi enviado, em carta protocolada, no dia 4 de abril de 2011 a todos os Generais de Exército, membros do Alto Comando do EB.

Relembre também “A Farda e o Fardo de Nelson Jobim”:http://www.alertatotal.net/2007/08/farda-e-o-fardo-de-nelson-jobim.html

Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva.

A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

 

 

Fonte – Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 20 de Maio de 2012.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *