Comissão da Verdade entrega a Rui Costa relatório sobre ditadura militar

O governador Rui Costa garantiu que as recomendações sugeridas pela CEV no documento serão analisadas

Com a sensação de missão cumprida, a Comissão Estadual da Verdade (CEV), instituída na Bahia em 2012 para auxiliar a Comissão Nacional da Verdade a examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas no período da Ditadura Militar no País – 1964 a 1985 – entregou ontem, 12 de agosto, Dia Nacional dos Direitos Humanos o relatório final composto por três volumes, sobre o impacto da época ditatorial na vida de pessoas e instituições no território baiano.

Ao receber o documento, o governador Rui Costa garantiu que as recomendações sugeridas pela CEV no documento serão analisadas “para identificar os pontos relevantes que possam ser colocados em prática”.

Familiares de pessoas desaparecids durante a ditadura participaram do ato, que acontecem na Governadoria, no CAB.Rui Costa revelou que não teve a oportunidade conhecer o relatório antes, mas vai ler o conteúdo  “primeiro para aprender muito, ouvindo depoimentos, relatos das pessoas que passaram por aquele período. Acho que quando a gente aprende e se dedica a olhar a nossa história, a gente evita cometer os erros que já cometemos no passado. Podemos até cometer novos, mas evita que a gente repita os mesmos erros”, considerou o governador.

Sobre a importância do documento apresentado pela Comissão Estadual da Verdade na elaboração de políticas de direitos humanos, o chefe do executivo baiano disse que este “consolida algo, que já é natural de um governo democrático que coloca a vida acima de tudo, reafirma a necessidade de que nós possamos continuar difundindo isto, principalmente na educação dos nossos jovens, disponível nas escolas esse material”.

Sete pessoas para a sua composição: Amabília Almeida, Antônio Walter Pinheiro, Carlos Navarro Filho, Dulce Tamara Aquino, Jackson Azevedo, Joviniano Neto e Vera Leonelli, todas homenageadas, na oportunidade, com o Diploma de Reconhecimento. Juntos, os integrantes realizaram 95 reuniões, 18 Audiências Públicas em Salvador, Feira de Santana e Santo Amaro.  São 361 páginas de texto que, com os anexos, chega a 829 páginas do primeiro volume.

O segundo volume, com 980 páginas reúne a transcrição dos depoimentos de 74 familiares e vítimas da ditadura, que aprofundam o conhecimento do período. Já o terceiro volume, com 408 páginas, mostra o trabalho na área de administração e comunicação.

Em nome da CEV, o presidente do colegiado,  professor Joviniano  Neto,destacou que a implantação e prática dos direitos humanos sempre enfrentaram resistências. Integrante da Comissão, Walter Pinheiro, presidente da Associação Baiana de Imprensa e da Tribuna, disse que o relatório apresentando “tem coisas muito interessantes e um volume imenso. O objetivo é que os fatos não mais se repitam. São oferecidas ao governo idéias e sugestões, inclusive de manutenção de memoriais”.

Segundo outro integrante, Carlos Navarro Filho, foram feitas “uma série de recomendações pra o governo com relação a pessoas mortas, desaparecidas, a reaproveitamento de documentos, são 12 a 15 recomendações importantes.

Fonte – Tribuna da Bahia

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