Prossegue julgamento por roubo de bebês durante ditadura argentina

O julgamento pelo roubo de de 30 bebês ocorridos durante a última ditadura militar argentina prosseguirá hoje com o início da arguição da defesa, que se estenderão até o próximo dia 30. Na causa, conhecida como “Plano Sistemático”, estão envolvidos os ex-presidentes de facto Jorge Rafael Videla e Reynaldo Bignone, seu chefe operativo Jorge “El Tigre” Deita, e os ex-almirantes Oscar Franco e Antonio Vañek.

Para todos eles o promotor Martín Niklison solicitou penas de 50 anos de prisão, pelo plano sistemático de roubo de bebês nascidos durante o cativeiro de suas mães na maternidade clandestina que funcionou na Escola de Mecânica da Armada (ESMA).

Niklison pediu também que, sobre baseado nos depoimentos prestados durante o julgamento, se abra uma causa contra o ex-capelão da Marinha e o titular da diocese militar Alberto Emilio Graselli, por sua possível complicidade e encobrimento do roubo das infantes.

Além disso, pediu que se investigue o chamado Movimento Familiar Cristão, através do qual foram entregues muitos desses recém nascidos a repressores ou a famílias partidárias da ditadura (1976-83), quem os ocultaram e roubaram sua identidade.

Com relação aos demais implicados na causa, o promotor pediu 30 anos de prisão para o ex-comandante dos Institutos Militares, general Santiago Omar Riveros, 25 anos para o prefeito Antonio Azic e 19 anos para o médico Jorge Luis Magnaco.

Pediu também 17 anos de prisão para o ex-agente de inteligência já condenado Eduardo Ruffo; e para Antonio Galo e sua esposa Susana Colombo, responsáveis pela apropriação de um dos últimos netos recuperado pelas Avós de Praça de Maio, pediu penas de 25 e 14 anos, respectivamente.

O julgamento por causa do “Plano Sistemático” começou em fevereiro do ano passado e nas audiências abordaram 35 casos de roubos de bebês, 20 dos quais recuperaram sua identidade e agora prestam depoimento.

Durante o processo testemunharam cerca de 400 pessoas, entre elas vítimas da apropriação e familiares, e pela primeira vez analisaram mais de três dezenas de casos de apropriação ilegal de recém nascidos de mães em cativeiro.

Tais roubos ocorreram tanto na ESMA como nos centros clandestinos de detenção de Campo de Maio, Poço de Banfield e “a Cacha”.

A denúncia judicial deste caso foi feita hás 15 anos pela presidenta das Avós de Praça de Maio, Estela de Carlotto.

 

Fonte – Prensa Latina

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